sexta-feira, 7 de maio de 2010

Poemas antigos..

Estes escrevi em 2006 após as primeiras percepçòes a respeito de uma pessoa que, alguns anos depois, me traria uma ingrata surpresa. Minha maior pergunta é, como pude me esquecer disso tudo?

Labirinto perpétuo

Labirinto perpétuo onde anda seu vigor,
Pálida existência, ausência de humor,
Manas presente, Kama desguiada,
Sua alma fria segue abandonada.

Em seus cabelos brancos não há sabedoria,
Há apenas angústias, derrotas e agonia,
Seu rosto transtornado, sua voz esbravejante,
Escondem o menino de si mesmo ignorante.

Por que não desiste de decifrar o labirinto?
Acaba com tua existência, nematelminto.
Procura tua luz em meio a erva,
E encontra tua alma perdida, Minerva.

Ruge o Minotauro buscando tua cabeça,
Reza tua novena, antes que enlouqueça,
E aparta-te eternamente, vão e estulto,
Quem sabe na morte ao menos, te tornes adulto.

23/12/06

Inferno

Que homem sonha viver esta vida?
Sem desejos, sentimentos ou ressentimentos.
Que homem aprecia ter aberta a ferida?
Ter a alma exposta, nua em contentamentos.

Seguir caminhos que não vão a lugar algum,
Construir sua casa sobre a areia do mar,
Que contento há ao permanecer em jejum
De alegrias, sonhos, de amor e de lar.

Neste mundo não há luz no fim do túnel
Não túnel ao fim da escuridão,
Não há tempo, não há cor, vaidade ou perdão.

Apenas sombras nomeadas por seus sons,
Ilusões refletidas em sua soma ressequida,
De derrotas e angústias é composta a vida.

23/12/06